Medicina Tropical - IOC

Programa de pós-graduação stricto sensu em medicina tropical

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15/10/2015

O legado de Vital Brazil


Kadu Cayres

Ciente do protagonismo do médico e sanitarista Vital Brazil no desenvolvimento de soros contra venenos de animais peçonhentos, como serpentes, escorpiões e aranhas – que, até hoje, salvam milhares de vidas –, o Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu, neste mês, Érico Vital Brazil, neto do renomado cientista. Érico ministrou a aula inaugural da disciplina ‘Animais Peçonhentos de Importância Médica’. “Além do contexto científico, ele traz peculiaridades da história”, comentou Elba Regina Sampaio Lemos, coordenadora da disciplina e chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC.

A descoberta de Vital Brazil sobre a especificidade dos soros antipeçonhentos estabeleceu um novo conceito na imunologia, enquanto seu trabalho sobre a dosagem dos soros antiofídicos deu origem a uma tecnologia inédita. Suas contribuições ofereceram à Medicina um produto realmente eficaz, em uso há mais de um século. “Apesar de serem estudantes da área da Saúde, algumas informações apresentadas aqui são novidade para eles, sobretudo no que diz respeito à história da saúde no Brasil”, comentou o pesquisador. Érico destacou, ainda, a importância da disciplina. “Em casos de acidentes, a informação é um elemento determinante para salvar vidas”, ressaltou.

A história da vacina contra a tuberculose (BCG) no Brasil também foi apresentada pelo cientista. “O bacilo da BCG chegou ao Brasil dentro de uma batata e foi direto para o Instituto Vital Brazil. De lá, seguiu para a casa do cientista Arlindo de Assis, que convalescia de tuberculose. Neste momento, Vital Brazil mobilizou toda a estrutura de seu Instituto para a pesquisa, teste clínico e produção da BCG. Ao final, doou tudo para a Instituição Ataulfo de Paiva, então denominada Liga Brasileira Contra a Tuberculose”, contou Érico.

Para a doutoranda Fernanda Loureiro de Moura, a vontade de cursar a disciplina aumentou depois de assistir à palestra do pesquisador. “Ouvimos histórias interessantes sobre Vital Brazil e, principalmente, sobre a ciência experimental brasileira”, declarou. A estudante aproveitou, também, para reforçar a importância da disciplina na boa condução de um trabalho de campo. “Como não vemos isso na graduação, participar da disciplina nos prepara para lidar com possíveis imprevistos em trabalhos de campo”, disse.

Vale lembrar que, além da pesquisadora Elba Lemos, a disciplina também é coordenada por Cláudio Machado, doutorando da pós-graduação em Medicina Tropical e coordenador da Divisão de Herpetologia do Instituto Vital Brazil.  

 

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