Medicina Tropical - IOC

Estudos da PGMT sobre chikungunya na gestação e terapia da Covid-19 foram agraciados com menções honrosas

A entrega do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, realizada no dia 15 de outubro, destacou quatro pesquisas realizadas na pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A cerimônia ocorreu no auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, durante as celebrações pela Semana da Educação na Fiocruz 2025. 

Promovida pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC/Fiocruz), a premiação valoriza a produção do conhecimento acadêmico em saúde, destacando teses de elevado valor nas diversas áreas temáticas de atuação da Fiocruz. 

Estudos do IOC sobre mecanismos e terapia da Covid-19, exposição gestacional ao vírus chikungunya e formação de professores de educação infantil foram agraciados este ano. Foi o nono ano consecutivo de reconhecimentos do Instituto, que obteve destaque em todas as edições da premiação. 

Assista ao vídeo do evento: 

Na área ‘Medicina’, duas pesquisas do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC foram destacadas com menções honrosas.  

Fátima Cristiane Pinho de Almeida Di Maio Ferreira, do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC, foi agraciada pela tese ‘Investigação do neurodesenvolvimento em crianças expostas ao vírus chikungunya no período neonatal no Rio de Janeiro: seguimento até os 3 anos de idade’, orientada pela docente Patrícia Brasil, pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). 

A pesquisa acompanhou bebês expostos ao vírus chikungunya durante a gestação, apontando maior risco de transmissão vertical do agravo nos casos de infecção materna em período próximo ao parto. O trabalho também foi vencedor do Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto.

Fátima salientou que a pesquisa traz um alerta para profissionais de saúde sobre a importância do acompanhamento de bebês expostos ao vírus chikungunya na gestação e agradeceu o apoio recebido nas diversas instituições que participaram da pesquisa.

Rubens Carmo Costa Filho foi reconhecido pela tese ‘Covid-19 grave, uma febre viral trombótica: impacto comparativo dos anticoagulantes nos desfechos clínicos um estudo retrospectivo na era pré-vacinação’, que teve orientação dos docentes Alda Maria da Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, e Hugo Caire Castro Faria Neto. 

Analisando casos de pacientes com Covid-19 internados em unidade de terapia intensiva antes da vacinação, o estudo apontou redução de 29% na mortalidade para indivíduos tratados com novos anticoagulantes orais. 

Rubens contou que a pesquisa surgiu a partir dos desafios encontrados como médico intensivista no começo da pandemia e da dor causada pelo falecimento de seu pai e de sua esposa devido à doença. Ele dedicou a menção honrosa a todos que perderam a vida por causa do agravo.

Na área de ‘Ciências biológicas aplicadas e biomedicina’, a premiada foi Emilly Caroline dos Santos Moraes, do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, pela tese ‘Investigação dos mecanismos fisiopatológicos da Covid-19 grave através de análises proteômicas de lipoproteínas e vesículas extracelulares’.  

A pesquisa foi orientada pelos docentes Monique Ramos de Oliveira Garcia, pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), e Hugo Caire Castro Faria Neto, chefe substituto do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC. 

O estudo, que também foi destacado no Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto, analisou amostras de sangue de pacientes com Covid-19 grave, identificando alterações na composição de vesículas extracelulares e lipoproteínas, que contribuem para compreender mecanismos envolvidos na doença.

Ao receber a premiação, Emily destacou o trabalho colaborativo no desenvolvimento da pesquisa e agradeceu o apoio de orientadores, pesquisadores e colegas. Também enfatizou a importância das políticas de assistência estudantil da Fiocruz.

Na área ‘Ciências humanas e sociais’, Monica Maria Souza de Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde do IOC, recebeu menção honrosa pela tese ‘e-Conexão Naturez@: uma formação continuada virtual-vivencial sobre aprendizagem infantil ao ar livre para profissionais de educação infantil do estado do Rio de Janeiro’. 

O trabalho teve orientação das docentes Maria de Fátima Alves de Oliveira e Michele Waltz Comarú, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). 

A pesquisa teve como objetivo desenvolver um curso virtual para profissionais da educação infantil sobre aprendizagem de crianças em atividades ao ar livre, em contato com a natureza, contribuindo para mudanças em práticas pedagógicas. A investigação, inciada no mestrado, foi destacada também no Prêmio Ciência pela Primeira Infância.

Mônica dedicou a menção honrosa às profissionais da educação infantil e contou que vai dar continuidade à pesquisa investigando o tema com foco no ensino fundamental na Universidade de São Paulo (USP).

Além do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, a celebração da Semana de Educação da Fiocruz 2025 contou com entrega da Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional à pesquisadora Inesita Araújo, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).